O mês de outubro chegou e, com ele, uma onda de otimismo voltou a contagiar os investidores de criptoativos. O termo “Uptober” é usado para se referir ao histórico desempenho positivo do Bitcoin neste período. E não é para menos: dados mostram que, de 2015 até 2023, o retorno médio do Bitcoin em outubro foi de 20,2%, superando qualquer outro mês do ano. Além disso, um estudo revela que, desde 2010, o Bitcoin teve altas em 73% dos meses de outubro.
Agora, a pergunta que fica é: será que essa tendência vai se manter em 2025? Ana Mattos, uma analista técnica e trader parceira da Ripio, acredita que o cenário para um Uptober moderado é possível. Contudo, ela alerta que esse desempenho vai depender de vários fatores externos e internos.
Movimentos do Mercado e Expectativas
De acordo com Ana, a entrada de investimentos institucionais através de ETFs, a liquidez disponível e a política monetária dos Estados Unidos são elementos que preparam o campo para uma alta. No entanto, se surgir algum evento macroeconômico negativo, o cenário pode mudar rapidamente.
Ela também menciona que, além do histórico favorável, é fundamental prestar atenção em indicadores econômicos. Eventos importantes no calendário incluem a próxima reunião do Federal Reserve (FOMC) e a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI), assim como dados de emprego. No universo cripto, a listagem das opções de SOL e XRP na bolsa CME, marcada para 13 de outubro, e possíveis decisões sobre ETFs também são destaque.
O Papel dos ETFs e Dados Macroeconômicos
A expectativa em torno da aprovação de novos ETFs, além dos já conhecidos Bitcoin e Ethereum, pode ser um fator relevante para impulsionar o mercado. Com a possibilidade de cortes nas taxas de juros, a adoção desses ETFs e a liquidez em stablecoins, novas altas podem surgir.
Rony Szuster, do Mercado Bitcoin, também tem uma visão positiva para outubro. Ele reforça que o cenário técnico atual é favorável e que o processo de desalavancagem desde a reunião anterior do FOMC retirou excessos do mercado de futuros. Isso costuma ser um sinal bom de valorização.
Szuster ainda explica que a correção de preços no final de setembro trouxe o índice de medo e ganância para uma faixa mais baixa, o que, tradicionalmente, está associado a condições de sobrevenda. Outro ponto interessante é o avanço das DAOs, que continuam comprando ativos digitais, o que deve sustentar a demanda ao longo do mês.
Riscos no Radar
Apesar das expectativas positivas, Szuster destaca um risco importante que pode afetar esse otimismo: a possibilidade de um shutdown no governo dos Estados Unidos, caso não haja consenso no Congresso sobre o orçamento do novo ano fiscal. Essa situação gera um impacto ambíguo no mercado; enquanto pode fazer o Bitcoin se valorizar como um ativo de reserva, também pode elevar a aversão ao risco e afetar ativos mais voláteis.
Marcelo Person, da Foxbit, também entra nessa conversa otimista. Ele nota que a combinação de fatores regulatórios e institucionais, como as expectativas em relação à política monetária dos EUA e novos produtos regulados, continuam a afetar a demanda no setor.
A confiança em um Uptober positivo também é reforçada por sinais de um mercado que busca inovação e a entrada constante de novos investidores institucionais.
Nesse ambiente, os olhos continuam voltados para os movimentos do mercado e as novidades no horizonte, que prometem deixar o mês ainda mais interessante para quem está no jogo das criptomoedas.
